quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Silêncio

          Como sempre fala mais alto a voz da razão e da experiência vivida, que um falso perdão a um amigo que nunca o foi. “Para se conhecer qualquer pessoa, é preciso ir-se chegando a ela devagar e com cautela, para evitar equívoco e preconceito, coisas bem difíceis de corrigir e reparar depois” (F. Dostoievski); O mesmo citado por Clarice em “As vantagens de ser bobo”, Antes de conhecer ao texto ficava a imaginar o porquê que em todos os lugares que já estive sempre atraía pessoas ao meu redor e, muitas... Certamente nunca foram bens materiais ou beleza externa propriamente dita, e sim a simpatia que até então não entendia.
          Popularidade natural incomoda não uma multidão, mas o que se acha até então o centro das atenções dela. Óbvio que se acrescenta ao mesmo a inveja, ciúmes, arrogância e o pior entre eles o ego ferido. –Como pode um cara pobre, desdentado e feio; Nota: Não estou me referindo ao Tiririca, que também tem incomodado a muitos por falar a verdade, não o considero um palhaço, tampouco oportunista. A ocasião faz o ladrão... A meu ver, não está roubando votos e sim tirando dos verdadeiros ladrões, mais é outro assunto. rs
          Certo dia alguém disse que minha voz “matava” senti a ironia e respondi então que meu silencio “exterminava” e assim se fez, calei-me e nunca mais a vi. Melhor para ambos na ocasião. Para um bom entendedor meia palavra basta, e para um sensato o silencio fala mais ainda. E quantos “espertos” perdem em não o fazê-lo, ou a cutucar um bobo com palito, é o mesmo que a uma onça ferida com vara longa, vai sair mordido a vara e o cara. Acompanhe a situação abaixo, que o autor um “Bobo”, preserva o direito de manter o anonimato não acrescentando nomes e lugares e garantindo ao “Esperto”, que tudo aqui escrito, não é baseado em fatos reais e sim num conto, aumentado por um ponto, que ouviu no ponto de ônibus de alguém que esperava um disco voador...
           Era uma vez um bobo que não sabia que era bobo e nem falavam que era, pois, desconheciam o significado da palavra. Foi interrogado por um “Esperto”, vulgo amigo, agora simplesmente conhecido e sumido; Evitando entrar no mérito da questão para evitar fofocas, e aborrecimentos futuros, vamos direto ao assunto, ou melhor, ao dialogo dos dois; O “Esperto”, como não deveria deixar de ser e aparecer, pergunta próximo a outros que nada tinham a ver com o assunto, para entrar em evidência ou na mesma, de sua “Santa Ignorância”, Nota: São devotos dela todos aqueles que com alardes e falsa modéstia dizem saber de tudo, inclusive e principalmente fofocas...
          O “Esperto” - Recebeu minha mensagem, e se recebeu por que não respondeu?  O “Bobo”, notando a curiosidade dos demais, responde – Sim, desculpe! Era importante? Pois se era eu a apaguei, já conheço o ardil e a apelação psicológica da mesma... Alterando a voz e rubro; - Pensei que era seu amigo...          –Pensou e colocou no tempo certo, era! Já gaguejando;       - Eu te fiz isso e aquilo... Relembrando e querendo embaraçar o “bobo” – Sim é verdade, e agradeço. Aprendi com o tempo que cavalo dado não se olha os dentes, mais se espera um coice de quem o dá esperando algo em troca. Percebendo não ter mais argumentos para com o “bobo” pergunta aos outros; - Tá vendo, isso é amigo? Pasmas olham para o “bobo” que responde; - Sim colega, isso é um amigo gratuito e verdadeiro que se doa e perdoa quando é preciso, Não se compra ou se vende... Desconhece o mais ou menos deste ou daquele, e os distingue apenas como merecedores ou não de sua amizade. Todavia, é você que o cobra ou se cobra? Deveria respeitar o meu silencio e dar tempo ao tempo, não me julgue pelo que não fiz mais se julgue pelo que faz agora...
           Bem, o desfecho do dialogo eu não sei, tirem quem quiser ou servir a carapuça, pois bem na hora o disco voador passou, creio que sem argumento plausível e cara, o “esperto”, tenha sido abduzido pelo disco e neste momento atravessa o buraco na camada de ozónio ou esteja acendendo velas para “Santa Ignorância”, que a seus pés tem uma faixa escrita “Quando não tiver nada pra dizer cale-se, é melhor que os outros pensem que você é um genio ouvindo, a ter certeza que é um tolo falando”.